Estradas

Transporte rodoviário opera abaixo dos 30%

Empresas que prestam serviço intermunicipal adotam diferentes estratégias para lidar com a queda no número de passageiros

Carlos Queiroz -

Os impactos da pandemia do coronavírus ainda são assimilados pela sociedade. Nas esferas sociais, o vírus modificou hábitos e alterou programações. Os decretos de restrição de circulação exigiram mudanças também no trânsito das rodovias. Os reflexos da Covid-19 foram sentidos de maneira bastante forte nas linhas do transporte intermunicipal, que tiveram reduções bruscas de movimento e exigiram a adoção de estratégias diferentes para se manter em atividade e continuar a prestação de serviço à comunidade.

Em Pelotas, o decreto municipal, mesmo após a flexibilização de alguns segmentos, modificou a dinâmica das viagens e como as empresas devem operar. Além da redução no número de passageiros por veículos, foi preciso redobrar a higiene dos ônibus e disponibilizar acesso a produtos de higiene, para garantir maior segurança aos que necessitam transitar.

A procura por passagens caiu proporcionalmente ao avanço do coronavírus na Zona Sul. Para se adequar, a empresa Expresso Embaixador mudou a forma de trabalhar. Os passageiros só podem ser transportados nos bancos das janelas. Outra alteração diz respeito aos horários. Viagens a Rio Grande, por exemplo, funcionam nos padrões utilizados nos domingos, com ônibus disponíveis de hora em hora, a partir das 6h e com último horário de partida às 20h. Em direção a Porto Alegre, somente quatro viagens estão disponíveis aos cidadãos. “Para outras cidades da Zona Sul, adotamos outros horários. São dois para Piratini, dois para o Chuí e Santa Vitória do Palmar e três para Canguçu. Tivemos uma queda de 75% no número de passageiros, estamos funcionando com cerca de 25% do nosso habitual”, afirma o gestor operacional da Embaixador, Carlos Alberto Canielles. Ele ainda destaca que, em caso de necessidade, a empresa, mesmo no momento da pandemia, disponibilizará veículos extras para garantir o conforto e o suporte aos passageiros.

Sem recuperação

Mesmo com a flexibilização dos decretos municipais, o gestor não enxerga uma melhora a curto prazo. “Acredito que será uma retomada lenta. O que a gente não transportou nesse tempo, não vamos conseguir transportar depois. Não vamos conseguir recuperar”, destaca. Apesar das dificuldades, ele informa que a empresa vem conseguindo cumprir com suas obrigações. “Não tivemos demissões, respeitamos nossos compromissos financeiros. Nossa maior dificuldade foi a queda brusca de passageiros”, relata.

Com sede em Santa Maria, a administração da empresa Planalto acredita que a flexibilização de alguns segmentos pode trazer aumento na procura por passagens. “Nosso público é composto essencialmente por trabalhadores e estudantes. Quando flexibiliza o decreto, reabrem o comércio e, quem sabe a retomada das aulas, tende a haver esse aumento”, explica o supervisor da empresa na região, Tiago Rodrigues.

Entretanto, durante a quarentena, a empresa também registrou redução expressiva nas viagens e teve ainda mais dificuldades para conseguir equilibrar as contas. Com apenas 27% da capacidade em operação, não há condições de cumprir os compromissos financeiros junto ao corpo de trabalhadores. O faturamento da empresa caiu e precisou entrar no sistema de lay-off, oferecido pelo governo federal. A lei prevê o pagamento de salários na proporção relativa ao seguro-desemprego. Na Zona Sul foram necessários alguns desligamentos para a Planalto poder atravessar a crise. “Infelizmente, tivemos alguns cortes de pessoal. Hoje realizamos viagens com poucos passageiros e que, somados, não conseguem cobrir os gastos do próprio trajeto”, afirma.

Na forma de trabalhar, outras mudanças também são perceptíveis. Os cuidados com higienização foram redobrados e álcool em gel tem sido oferecido a todos os passageiros. Antes da quarentena, a Planalto trabalhava em oito horários e hoje atua com três e sem a perspectiva de aumentar o número de viagens disponíveis. As viagens interestaduais são retomadas aos poucos e as de menor duração têm sido priorizadas. “Por sermos uma empresa de linha, que trabalha muito com subidas e descidas nos trajetos, a gente tem priorizado as viagens menores, que já eram comuns na nossa proposta de trabalho”, explica.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Para amenizar os efeitos da estiagem Anterior

Para amenizar os efeitos da estiagem

Projeto Vida Ativa oferece exercícios gratuitos nas redes sociais Próximo

Projeto Vida Ativa oferece exercícios gratuitos nas redes sociais

Deixe seu comentário